sábado, 24 de outubro de 2015

No silêncio

Naquele dia quente nas regiões desérticas das redondezas de Nazaré, estava um carpinteiro sozinho a peregrinar. Quem o visse poderia pensar “O que esse doido está fazendo uma hora dessas perambulando nesse ‘quentume’?”, outros poderiam dizer “Ele é um mago sábio que está buscando inspirações do além”, há aqueles que apenas diriam “Deixe o homem em paz, a vida é dele!”.
Ninguém nunca soube exatamente o que se passava na cabeça dele, mas quem sabe ao certo o que se passa na cabeça do outro, não é? A questão é que esse homem, que nada tinha de especial em sua aparência, adorava os desertos, os jardins, a quietude, a brisa daquela noite, aquele sol de rachar a cuca. Durante toda sua vida, passou momentos a sós, mas, quando estava entre a multidão, falava com muita propriedade, fazia muita diferença, realizava muitas transformações.
Os mais velhos poderiam dizer “mas que menino petulante, nem cabelos brancos tem”, os mais sábios, “Que estudos esse daí tem?”, as criancinhas, ah! As criancinhas gostavam de brincar com ele e com as ovelhinhas.

Jovem, adulto, sábio, solitário, arruaceiro, muitas foram as formas de trata-lo. O ponto é que ele foi quem foi, e é quem é, haja reconhecimento ou não!  Tudo isso por que sabia da necessidade de estar sozinho em alguns momentos.


“Mas Jesus se retirava para lugares solitários e orava.” Lucas 5:16

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